"Infelizmente, não há dúvida sobre a transmissão neste caso", disse Daniele De Luca, diretora médica de pediatria hospital Antoine Béclère, em Paris. "Os médicos devem estar cientes de que isso pode acontecer. Não é comum, isso é certo, mas pode acontecer e deve ser considerado no treino clínico".
Precisão no diagnóstico
A mãe foi internada no hospital em 24 de março com febre e tosse grave após contrair o novo coronavírus. Três dias após a internação, o estado do bebê trouxe preocupação e os médicos realizaram uma cesariana de emergência com a mãe sob anestesia geral.
O bebê foi imediatamente isolado em uma unidade de terapia intensiva neonatal e entubado porque foi afetado pelo anestésico geral.
Testes no sangue e no líquido extraídos dos pulmões do recém-nascido revelaram infecção pela Covid-19, mas descartaram outras infecções.
Testes mais extensos revelaram que o vírus se espalhou do sangue da mãe para a placenta, onde se replicou, causou inflamação e seguiu para o bebê.
"A razão pela qual isso não foi demonstrado antes é que você precisa de muitas amostras", disse De Luca.
"Você precisa do sangue materno, do sangue do recém-nascido, do sangue do cordão umbilical, da placenta, do líquido amniótico, e é extremamente difícil obter todas essas amostras em uma pandemia com emergências ao redor.
"Houve alguns casos suspeitos, mas eles continuam suspeitos porque ninguém teve a oportunidade de testar tudo isso e verificar a patologia da placenta", disse a médica.
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