A vacinação é uma das melhores e mais importantes formas de proteger a saúde das gestantes e seus bebês. O extenso calendário vacinal começa mesmo antes da gestação e tem papel fundamental para evitar doenças na infância que podem ser graves se transmitidas para o feto, como a rubéola. Graças à imunização, a incidência de infecções como caxumba, rubéola, e coqueluche em crianças é bem menor hoje do que nas décadas passadas. Segundo a infectologista e especialista em vacinas do Atalaia Medicina Diagnóstica/Dasa Maria Isabel de Moraes Pinto, seguir corretamente o calendário é prioridade mesmo em meio à pandemia da covid-19.
“Quando uma mulher planeja engravidar, recomendamos que ela atualize seu cartão de vacinação. Quando engravida, existem duas vacinas que sempre são dadas: a contra a gripe; e a dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche”, conta a infectologista e especialista em vacinas do Atalaia Medicina Diagnóstica/Dasa Maria Isabel de Moraes Pinto. “Esse cuidado é muito importante para proteger as mães. A gripe, por exemplo, pode ser grave em gestantes. Além disso, nos últimos três meses de gestação, os anticorpos passam da mãe para a criança, que nasce já com proteção contra essas doenças enquanto não é imunizada”, continua.
Logo ao nascer, o bebê recebe a vacina BCG e a contra Hepatite B. O esquema é retomado aos dois meses de idade, quando ele recebe a segunda dose da Hepatite B e as primeiras da tríplice bacteriana (contra tétano, difteria e coqueluche), a Heamophilus influenzae b (contra um tipo de meningite) e a contra poliomielite. Aos quatro meses é feita a segunda dose dessas vacinas e a terceira ocorre aos seis meses. Antes do primeiro ano de vida, a criança ainda é imunizada contra rotavírus, pneumococos e vários tipos de meningite.
“O período entre os 12 e 15 meses de vida é quando muitas vacinas precisam ser dadas, reforçando as anteriores e incluindo as vacinas contra Hepatite A, sarampo-caxumba-rubéola e varicela. Após os 18 meses há uma pausa, e novos reforços são feitos aos 4 anos de idade”, conta Maria Isabel. “Para os recém-nascidos, outra estratégia muito importante – além da vacinação da gestante – é o que chamamos de estratégia do casulo para a coqueluche, e que está sendo feita pelas famílias cada vez mais. Como os anticorpos que o bebê recebe da mãe contra essa doença não protegem tão bem antes que a criança receba as três doses da vacina, é muito importante que todas as pessoas que estejam em contato com o bebê também sejam vacinadas logo antes do nascimento”, continua.
Já no caso de crianças prematuras, a vacinação inicial deve ser reforçada, já que elas correm um risco maior de desenvolver várias doenças. Se o nascimento ocorre antes de 33 semanas de gestação, a vacina contra a Hepatite B tem que ser reforçada com uma dose adicional, já que o bebê pode não desenvolver imunidade suficiente com a primeira aplicação. Para crianças que nascem com menos de 28 semanas ou que possuem cardiopatias ou pneumopatias, é dado ainda o anticorpo monoclonal humanizado que protege contra formas graves da bronquiolite, chamado também de palivizumabe.
“Todas as vacinas que temos disponíveis hoje em dia mudaram o cenário da infância, principalmente em países como o Brasil que possuem um calendário vacinal tão robusto. Não se fala mais de sarampo, caxumba, rubéola e catapora como sendo doenças da infância. Há 50 anos, as pessoas tinham que ficar doentes para se imunizar, mas as vacinas são uma forma muito mais segura e suave de adquirir essa proteção”, conta a infectologista Maria Isabel de Moraes Pinto. “Sabemos que agora o coronavírus alterou nossa rotina, mas existem prioridades para a proteção das crianças e a vacinação completa é uma delas. Fazer esse cuidado com carinho, manter o aleitamento materno – que também é muito importante para o sistema imune – e protegê-la com a vacinação faz uma enorme diferença na vida da criança”, finaliza.
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