Não importa se é na barriga, no quadril, no bumbum ou nos seios, as estrias incomodam em qualquer parte do corpo. Com a gestação, devido ao aumento rápido de peso, a pele da futura mamãe é excessivamente estirada e é ultrapassada sua capacidade de distensão, daí surgem os temidos “risquinhos”. De acordo com o dermatologista, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e mestre em Dermatologia pela USP, Dr. Rogério Ranulfo, são várias as causas atribuídas às estrias, dentre elas a predisposição genética, a resposta a agentes mecânicos, fatores hormonais, a associação com algumas doenças e o uso inadequado ou prolongado de alguns medicamentos.
Na gravidez e na obesidade do adulto podem ser observados níveis elevados de glicocorticoides e cetosteroides, fatores predisponentes para a ocorrência de estrias. Também o uso prolongado, seja tópico ou sistêmico, de corticoides favorece o seu desenvolvimento. Inicialmente, as estrias são vermelhas ou da cor da pele normal, discretamente elevadas e evoluem para se tornarem esbranquiçadas e atróficas na maioria das pessoas. “Quando elas aparecem devem ser tratadas o mais precocemente possível, o que favorece muito o resultado”, orienta o Dr. Rogério.
Os tratamentos têm como objetivo a formação de um novo colágeno reparador. A largura das estrias, o grau de acometimento e os locais de ocorrência determinarão a maior ou menor dificuldade no seu tratamento. Mais recentemente, com o advento dos lasers fracionados de érbio e CO2 e a radiofrequência fracionada, promoveu-se uma verdadeira revolução nesse sentido. “Atualmente, somos capazes de tratar a maioria dos pacientes acometidos em grandes áreas corporais”.
As sessões de laser são múltiplas e realizadas em intervalos de seis a oito semanas, sob anestesia tópica. Para as estrias mais largas utiliza-se a transcisão, técnica desenvolvida pelo Dr. Rogério, na qual provoca-se um trauma na área da pele correspondente à estria, desencadeando o processo reparador tecidual. Após os tratamentos, um cordão fibroso substituirá as estrias, indicando a fusão da pele. Além do uso do laser, podem ser utilizados peelings químicos de ácido retinóico realizados mensalmente, a microdermoabrasão com cristais de alumínio e o microagulhamento seriado. “Na sua evolução, gradualmente, a pele retornará ao seu aspecto original. Estes novos tratamentos mudaram o antigo estigma de que estrias não têm cura!”, reforça.