O adiamento da maternidade é algo cada vez mais comum na sociedade moderna, porém, quando tomam essa decisão, as mulheres não estão levando em consideração que a função reprodutiva feminina é finita, pois a mulher nasce com um estoque limitado de óvulos e, do ponto de vista biológico, existe sim um momento propício para a maternidade. Isso tem levado a um aumento no número de mulheres inférteis ou subférteis.Segundo o especialista em reprodução humana Dr. Evangelista Torquato, a melhor idade para se ter o primeiro filho é até os 30 anos, quando a mulher tem entre 20 e 25% de chance de engravidar por mês. Com o passar do tempo, a reserva de óvulos vai diminuindo e perdendo qualidade. Aos 35 anos, a chance mensal de uma mulher engravidar é de 15%. A partir dos 37, o número de óvulos da paciente está em queda livre, e, aos 40 anos, sua chance de engravidar é de apenas 5%. “É preciso alertá-las constantemente para isso e discutir formas de a sociedade garantir a essas mulheres o direito de serem mães, sem abrir mão de suas outras conquistas históricas.”
Hoje se sabe que a idade também tem impacto sobre a fertilidade masculina, no entanto, em uma intensidade e velocidade muito menores do que na mulher, sendo significativa somente após os 50 anos. “O envelhecimento aumenta o risco de o homem ter varicocele, patologia deletéria para a espermatogênese. Além disso, o uso constante do celular e do notebook próximo à região genital, hábito comum da vida moderna, deve ser evitado por afetar negativamente a qualidade do sêmen”, esclarece o Dr. Evangelista Torquato.
Ainda, fumar afeta seriamente a capacidade de ter filhos, inclusive nos fumantes passivos. Além de acelerar a perda de óvulos nas mulheres e aumentar as chances de aborto, o fumo diminui o número de espermatozoides, sua capacidade de fertilizarem os óvulos e de se locomoverem. O consumo excessivo de álcool e o uso de drogas recreativas também estão associados à fertilidade reduzida.
A obesidade também diminui de 2 a 4 vezes a chance de gravidez e está associada a problemas ovulatórios, na mulher, e à diminuição da qualidade do sêmen, no homem. Além disso, o consumo excessivo do café também tem um efeito negativo para mulheres, que devem restringir a ingestão de cafeína para 500mg por dia.
Manter um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios físicos, melhora a saúde em geral e a fertilidade do casal. “Não devemos esquecer que o tempo é o nosso maior inimigo, pois não temos como parar o processo inexorável que leva a mulher à menopausa, e o melhor momento para ter um filho é agora”, aconselha o especialista.