Boa alimentação, atividade física adequada, vida a dois em dia e uma mente tranquila são, em resumo, as principais dicas para manter uma gravidez saudável. Os exercícios ajudam a futura mamãe a controlar o peso, a ficar bem-disposta e tranquila para trabalhar e ainda a auxiliam no trabalho de parto. Uma dieta equilibrada deve atender às suas novas necessidades, para garantir, acima de tudo, sua saúde e a do bebê. Também o papai deve ocupar o lugar de honra nesse processo de transformação e cuidados, demonstrando companheirismo e descobrindo junto da mulher formas mais ternas, mas igualmente prazerosas, de desfrutar a sexualidade. É nesse sentido que o ginecologista e obstetra Dr. Marcus Guazelli orienta suas pacientes. Pedimos suas dicas para compartilhar com as leitoras do Manual da Mamãe. Confira:
A dois
É claro que o companheiro não será capaz de resolver todas as inquietações da futura mamãe, mas pode ouvi-las e transmitir segurança à gestante. É importante que ele esteja ao lado da gestante nas consultas e se interesse pelo filho – que, afinal, também é dele. Isso não quer dizer que o homem tenha de se sentir responsável pelo andamento da gravidez – o que seria extremamente angustiante –, mas pode descobrir-se capaz de dar o suporte afetivo de que a mulher tanto necessita nesse momento.
Vida sexual normal
A não ser que o médico recomende abstinência por causa de uma gravidez de risco, o casal pode ter uma vida sexual normal e isso irá fortalecer muito o relacionamento. Nos primeiros meses, entretanto, é normal que a futura mãe não tenha muita disposição para o sexo. Provavelmente se sentirá enjoada e mais sonolenta em razão da reviravolta pela qual passa seu organismo. Ela estará muito mais interessada com o que se passa dentro de si e pouco disponível para o que está fora. Concluído o terceiro mês da gravidez, a vida sexual tende a se tornar mais próxima do que era antes. A mulher se sentirá melhor e mais segura. O interesse pelo sexo volta e algumas mulheres até podem ter sua libido aumentada pela revolução hormonal. No fim do oitavo mês, mesmo que não haja contraindicação, o ritmo pode cair um pouco. O companheiro pode sentir medo de machucar a gestante ou o bebê e, além disso, ela talvez se sinta pesada, sem encontrar uma posição confortável.
Bem nutrida
Nada de beliscar a toda hora nem abusar de alimentos muito calóricos. O importante é fazer todas as refeições – café-da-manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar – balanceadas e ricas em nutrientes, totalizando uma média de 2 mil a 2,2 mil calorias diárias. Os pratos devem ser incrementados com porções de vegetais crus e cozidos, proteínas de carne e peixes, sem esquecer dos carboidratos. É indicado reduzir o consumo de sal, para evitar a retenção de líquidos e o aumento da pressão arterial, e dar preferência às gorduras insaturadas, presentes no azeite de oliva e no óleo de canola, que ajudarão na formação do sistema neurológico do bebê. A gestante deve beber pelo menos dois litros de água por dia. A água participa de todas as reações químicas do metabolismo e é fundamental para manter o organismo hidratado.
Peso ideal
O aumento de aproximadamente 12 a 14 quilos deve ocorrer em toda gestação. Na prática, isso significa engordar cerca de 1,3kg por mês, mas é fundamental não ultrapassar a meta estipulada pelo médico. O aumento excessivo de peso favorece problemas como diabetes e hipertensão arterial. O segredo é adotar uma dieta balanceada e, se possível, associá-la à atividade física.
Exercícios
Antes de praticar qualquer atividade física (até mesmo uma simples caminhada), deve-se conversar com o obstetra a respeito. Só ele pode liberar a prática de exercícios e orientar a gestante quanto à frequência da atividade e à data em que deverá parar. Ela deve pedir ao médico que indique uma dieta apropriada à atividade que escolher, porque certamente gastará mais energia. Academias ou clubes que oferecem programas específicos para grávidas são os mais indicados – esses obedecem a uma série de normas fundamentais de segurança, como proibir exercícios de alto impacto ou com sobrecarga. Os professores dão orientações quanto às modalidades mais adequadas a cada período da gestação e são habilitados para acompanhar o desempenho da praticante, pois só eles sabem aplicar os exercícios corretamente. Exame médico completo e avaliação antes de qualquer programa de atividade física são sinais de idoneidade da instituição.
Um bom sono
Dormir pode tornar-se um problema nos últimos meses da gravidez. É normal e ocorre porque a barriga ficará muito grande. Se a gestante gostava de dormir com a barriga para cima, nessa fase já não poderá. Além de se sentir muito incomodada, não é recomendável, pois o útero pesará sobre a veia cava, responsável pelo retorno venoso do sangue ao coração, e ela poderá ter falta de ar. O peso do útero também sobrecarregará a coluna. Se a mulher tem problema de hemorróida (comum em muitas grávidas), será uma posição não muito agradável. De bruços, muito menos. Com a barriga tão volumosa, sentirá dores ao deitar-se sobre ela. O melhor é deitar-se de lado, o que melhora o fluxo sanguíneo e de nutrientes para a placenta, estimula a função renal e, por isso, melhora a eliminação de líquidos, combatendo o inchaço dos pés, tornozelos e mãos. Um travesseiro macio pode ser colocado sob a barriga. Se preferir, a grávida pode fazer um rolo com o edredom como apoio. Para a cabeça, deve preferir um travesseiro mais baixo, que evitará dores na coluna cervical. Se estiver com pernas e pés inchados, é melhor procurar elevar a parte inferior da cama, colocando calços de, no máximo, 20 centímetros.