Quais as diferenças do pré-natal em gestações normais e de alto risco?
Antes mesmo de engravidar, deve-se pensar em procurar um médico para orientar e planejar a gestação. Portanto, se você ainda não tem um ginecologista de sua confiança, é hora de procurar. Indicações de amigas são sempre bem-vindas, avalia o ginecologista e obstetra Dr. Leonardo Benedetti. Ele acrescenta ainda que uma boa ferramenta para buscar informações sobre o profissional é o site do Conselho Regional de Medicina, que traz uma relação de todos os médicos devidamente inscritos no CRM. Uma boa escolha vai lhe garantir um pré-natal adequado, seja sua gestação de risco ou não. Entenda, a seguir, como o obstetra vai agir durante essas consultas de rotinas da gestação:Quais são os procedimentos de uma consulta de pré-natal?Normalmente, durante uma consulta de pré-natal o médico faz o seguinte: conversa com a paciente para saber como anda seu estado geral, quais sintomas vem apresentando e, a partir da 20ª semana, indaga sobre os movimentos do feto; mede a pressão arterial; verifica o peso da gestante; mede a altura do útero e da circunferência abdominal; ausculta os batimentos cardíacos do feto (a partir de 15 semanas); solicita exames médicos (laboratoriais, de imagem e outros, se necessário); faz exame de toque para ver se há dilatação – nas últimas semanas de gestação se for necessário; entre outras ações. A consulta de pré-natal é a chance de tirar suas dúvidas com o seu obstetra, portanto, não esqueça de levá-las anotadas.Qual é a dinâmica de um pré-natal?Um pré-natal normal tem uma consulta por mês, começando o mais cedo possível, até a 32ª semana. A partir daí e até a 36ª semana, uma consulta a cada 15 dias e depois, até o parto, uma consulta semanal. Após as 40 semanas as consultas podem acontecer a cada 2 ou 3 dias ou até diariamente. Já o pré-natal de alto risco pede consultas mais frequentes ao obstetra e, a depender da doença, o acompanhamento também do especialista. Avaliações laboratoriais e de imagem também podem ser solicitadas em maior número para avaliar se o bebê está sofrendo com a condição da mãe.O que fazer quando as mulheres possuem doenças crônicas antes de engravidar?Mulheres que sofrem de hipertensão arterial, diabetes, lúpus, doenças psiquiátricas, neurológicas ou cardíacas ou infecções crônicas, como Hepatite e HIV, devem compartilhar com seu especialista o desejo de engravidar antes de interromper o método anticoncepcional. Dessa forma, o médico que a acompanha, como cardiologista, neurologista, infectologista ou outro especialista já deve alinhar com o obstetra as medicações e condutas que devem ser tomadas antes da concepção e durante a gestação.E quando a mulher já teve uma gestão de alto risco, o que fazer?É recomendado o acompanhamento de alto risco quando houve uma gravidez anterior com histórico de hipertensão, abortos de repetição e descolamento prévio da placenta, por exemplo. Tudo isso deve ser observado pelo obstetra para colocar essa futura mamãe sob um olhar mais criterioso. E ainda, se no decorrer da gestação acontecer um quadro de diabetes que não existia antes, ou a descoberta da pré-eclâmpsia, bem como ter uma infecção viral ou bacteriana, o obstetra mudará o olhar para essa grávida e ela se torna uma gestante de alto risco.O que a mulher deve perguntar na primeira consulta ao obstetra?Normalmente, na primeira consulta, a paciente está ansiosa pela novidade e muitas vezes porque está conhecendo o ginecologista naquele momento. Vale a pena perguntar sobre quais alimentos pode ou não comer, uso de adoçantes e/ou açúcar, sobre exercícios físicos (se pode ou não iniciar atividades físicas na gestação, quando começar e que tipo de exercício pode fazer), falar sobre procedimentos estéticos e outras dúvidas que possa ter. Obviamente que os questionamentos surgem com o decorrer da gestação. Sendo assim, é válido anotar as dúvidas que surgem entre uma consulta e outra para não esquecer. Um ponto muito importante e que pode, inclusive, definir a manutenção do acompanhamento com aquele médico ou não é em relação ao parto. Atualmente, muitos colegas acompanham a paciente durante o pré-natal, mas não fazem o parto. Diante disso, saber se seu médico faz o parto pelo convênio ou não e se realiza ou não parto vaginal é primordial.A gestante pode pular algum exame do pré-natal?Não. Os exames realizados durante o pré-natal servem para rastrear estados mórbidos que podem ser específicos da gestação ou até pré-existentes que podem levar a alterações para a gestante e o feto e são tratáveis ou, no mínimo, possíveis de acompanhamento. Alguns exames fazem diagnóstico de patologias com consequências graves ao binômio mãe-feto como o diabetes gestacional, além do diagnóstico de doenças como sífilis e HIV.No pré-natal, a gestante recebe orientações sobre como se preparar para o período da amamentação?Faz parte das consultas de pré-natal o exame das mamas para avaliar o tipo de mamilo que a gestante apresenta e as possíveis dificuldades que a mesma possa ter para amamentar. Não se costuma estimular o preparo do mamilo com utensílios abrasivos como bucha vegetal, por exemplo, e nem se faz o estímulo manual do mesmo pelo risco do trabalho de parto prematuro. Pode-se expô-los ao sol para que se minimize a chance de fissuras. Em relação à pega correta para amamentação, cabe ao obstetra orientar a paciente no final da gestação bem como na maternidade, após o parto, para que com isso a paciente consiga amamentar o bebê, diminuindo o risco de fissuras, dores e sangramentos.