A partir do teste positivo para a gravidez, muitos outros exames serão necessários. Saiba quais devem ser realizados de acordo com cada trimestre da gestação. Os listados abaixo são os obrigatórios e recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Há ainda outros que podem ser indicados em casos específicos de cada gestação. Converse sempre com o seu médico.
1º TRIMESTRE
Glicemia de jejum: usado para o diagnóstico do diabetes gestacional.
Hemograma completo: verifica sinais indiretos de infecção, de anemia ou alterações nas plaquetas, importantes na coagulação.
Urina 1 e Urocultura: verifica se a mulher tem alguma infecção urinária sem sintomas aparentes. Quando não tratada, pode levar ao trabalho de parto prematuro. O exame deve ser feito pelo menos uma vez a cada trimestre.
Sorologias para agentes infecciosos: identifica o contato da gestante com micro-organismos causadores de doenças, que podem interferir no desenvolver saudável da gestação.
Sífilis: doença sexualmente transmissível. Se não for tratada, a sífilis pode passar para o bebê pela placenta, podendo causar má-formações até a perda da gravidez.
HIV: quando a doença é tratada corretamente durante a gestação e os cuidados necessários são feitos na hora do parto, reduz-se muito as chances de o bebê ser contaminado pelo vírus.
Hepatite B e C: caso a pesquisa na mãe for positiva, pode-se medicar o recém-nascido, reduzindo o risco de contaminação. Se o bebê é atingido, terá ao longo da vida 40% de chance de desenvolver câncer de fígado e 40% de desenvolver cirrose hepática.
Tipagem sanguínea: demonstra o grupo sanguíneo e o fator Rh da grávida. Se a gestante for Rh negativo e o pai Rh positivo, ela precisa ser medicada com a imunoglobulina na 28ª semana da gravidez e nas primeiras 72 horas após o parto, caso o bebê seja Rh positivo. Assim, previne-se a produção de anticorpos contra as hemácias, protegendo a gravidez atual e as futuras. Atualmente, é possível determinar o fator Rh do feto por meio da técnica de PCR em tempo real, já a partir da 8ª semana de gestação, coletando-se uma amostra de sangue periférico materno, de maneira segura, sem risco para a gestação. Esta informação conseguida pelo exame da genotipagem RHD fetal irá determinar o uso ou não da imunoglobulina no início do terceiro trimestre ou em caso de sangramento antes desse período.
Toxoplasmose: o Toxoplasma gondii pode passar pela placenta e ter ou não consequências para o bebê. Para minimizar os efeitos da infecção, medica-se a gestante contaminada. No caso de o exame ser negativo, aconselha-se a repetição a cada três meses, além dos cuidados de dieta e higiene, principalmente quando se possui animais domésticos.
Rubéola: embora em geral inofensiva para a mulher, a rubéola pode causar má-formações cardíacas, oculares e cerebrais no feto. Quando contraída durante a gravidez, pode provocar o parto prematuro e aborto.
Citomegalovírus: se o vírus passar para o feto, pode causar problemas como baixo peso, microcefalia, icterícia, além de ser a principal causa de surdez congênita.
Citologia oncótica (Papanicolau): faz o rastreio do câncer de colo uterino, além de identificar infecções vaginais que podem comprometer o bom desenvolvimento da gravidez.
Ultrassonografia endovaginal ou transvaginal: confirma a presença, a quantidade de embriões, o tempo de gravidez, como também a frequência cardíaca do feto.
Ultrassonografia Morfológica do Primeiro Trimestre: avalia a anatomia do bebê, além de realizar algumas medidas importantes, como a da translucência nucal e osso nasal. O objetivo é o diagnóstico de má-formações, assim como avaliar o risco de o bebê ter doenças genéticas, em especial a Síndrome de Down. A combinação de testes sanguíneos bioquímicos (PAPP-A e free-beta - HCG livre) aos exames ultrassonográficos permite uma sensibilidade de até 97% para o diagnóstico da Síndrome de Down, quando realizado entre a 11ª e a 13a semanas de gestação.
2º TRIMESTRE
Ultrassonografia morfológica do Segundo Trimestre: avalia a anatomia fetal, placenta, quantidade de líquido amniótico e colo uterino. Pode-se obter informações da circulação materna pela dopplervelocimetria.
3º TRIMESTRE
No começo do terceiro trimestre repetem as sorologias realizadas no início da gestação.
Teste de sobrecarga com glicose: usado no rastreamento do diabetes gestacional, mais comum de aparecer após as 28 semanas de gestação.
Ultrassonografia obstétrica: verifica a quantidade de líquido amniótico, o crescimento e o peso do feto; e a maturação e a localização da placenta.
Cardiotocografia: é feita durante o pré-natal, para avaliar o bem-estar do bebê quando necessário. São registrados os batimentos cardíacos, a movimentação e a contração uterina.
Dopplervelocimetria colorida: estudo da circulação materna e fetal pela ultrassonografia. Avalia o bem-estar da gestação.
Pesquisa da bactéria estreptococo B na cultura de secreção vaginal: detecta a presença dessa bactéria na vagina e no ânus. Se confirmada, está indicado o uso de antibióticos na hora do parto para proteger a criança de uma infecção neonatal.