Amígdalas e adenoide: quando operar?
As amígdalas (tonsilas palatinas) e adenoide (tonsila faríngea) são parte fundamental do sistema de defesa do corpo humano nos primeiros anos de vida, fase em que ainda não há maturidade imunológica. Juntamente com a tonsila lingual (base da língua) e parede posterior de faringe, elas fazem parte do anel linfático de Waldeyer, estrategicamente posicionado na porta de entrada da via aérea e digestiva.

“Ao atingirmos a maturidade imunológica iniciamos a fase de defesa através dos anticorpos, deixando as amígdalas e a adenoide como ‘tecidos de defesa de reserva’, podendo ser novamente úteis em casos de transtornos que comprometam nossa imunidade”, explica o otorrinolaringologista Dr. Rafael Vieira.

Segundo o médico, essas estruturas passam a ser um problema quando ficam hipertróficas, obstruindo a via aérea superior, atrapalhando o desenvolvimento da criança. Os pais podem perceber isso mediante:

• Infecções recorrentes (até seis episódios em um ano), com risco de acometimento em outros órgãos (articulações, rins, coração);

• Assimetria importante das amígdalas (uma maior que a outra);

• Quando a adenoide impede o bom funcionamento do ouvido (otites de repetição).

Nesses casos, o tratamento pode ser a intervenção cirúrgica para retirada das amígdalas e adenoides.

“Podem haver outros problemas que requerem a cirurgia, mas é imprescindível a avaliação do otorrinolaringologista”, afirma o Dr. Rafael.

Ele conta que o número de indicações cirúrgicas para o tratamento de transtornos adenoamigdalianos diminuiu muito nos últimos anos com o avanço do arsenal medicamentoso e a possibilidade de diagnóstico com precisão através de exames cada vez mais específicos que o médico otorrinolaringologista está apto a realizar. “Assim, conseguimos diminuir o sofrimento da criança ao ter de passar por um processo cirúrgico”, afirma o otorrinolaringologista.