Bebê também pode ter catarata. Como identificar a doença?
Assim que o bebê nasce é preciso fazer uma série de exames, inclusive para avaliar a saúde ocular. Por isso é fundamental realizar o teste do reflexo vermelho, conhecido como Teste do Olhinho, o qual auxilia na identificação de diversas alterações e doenças oculares como a catarata congênita. Considerada uma das maiores causas de cegueira tratável na infância, a catarata congênita pode surgir desde o nascimento até o terceiro mês de vida e precisa ser diagnosticada o quanto antes.

“A catarata congênita é a opacificação do cristalino, a lente natural do olho, podendo variar em grau de intensidade, localização, diâmetro e lateralidade (unilateral ou bilateral), ocasionando diferentes níveis de déficit visual. Por ser uma causa comprovada de cegueira infantil, requer diagnóstico precoce e tratamento cirúrgico imediato”, informa o oftalmologista Dr. Fernando Alves Ferreira. Saiba mais sobre as causas, sintomas e tratamentos com o especialista.

Causas

Muitas vezes, a catarata congênita é de causa desconhecida. Algumas são resultantes de infecções intrauterinas (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, herpes e sífilis), outras de causas metabólicas e há ainda aquelas associadas a variadas síndromes genéticas. Existem também aquelas que são hereditárias, outras adquiridas por trauma, radiação, medicamento, tumor ou cirurgia ocular prévia.

Sintomas

Os principais sinais e sintomas em bebês são leucocoria (reflexo pupilar branco), nistagmo (situação em que o olho apresenta movimentos não coordenados em diversas direções), desvio ocular, reflexo vermelho alterado, dificuldade de fixação visual, fotofobia, retardo no desenvolvimento neuropsicomotor e fixação excessiva em foco luminoso.

Como diagnosticar

A principal forma de diagnosticar a catarata congênita em tempo hábil para um tratamento adequado é realizando um exame oftalmológico quando o teste do reflexo vermelho apresentar-se alterado. Alguns casos de catarata podem surgir com algumas semanas a meses após o nascimento, sendo de grande relevância a observação de alguns dos sinais e sintomas citados previamente.

Tratamento

O tratamento da catarata congênita deve ser o mais precoce possível e depende da localização, intensidade da opacificação, grau de deficiência visual, alterações oftalmológicas relacionadas e idade da criança.

O tratamento é cirúrgico na quase totalidade dos casos. Realizado nas primeiras semanas de vida do bebê traz resultados satisfatórios e contribui para um baixo índice de complicações e melhor recuperação.

Importante

• A forma mais comum de diagnosticar a catarata congênita é através do teste do reflexo vermelho, conhecido como Teste do Olhinho, realizado nas primeiras 24 horas de vida.

• Os melhores resultados de cirurgias de cataratas congênitas são observados quando realizadas nas primeiras oito semanas nos casos unilaterais e nas primeiras 12 semanas nos casos bilaterais.

• A prevenção de doenças infecciosas congênitas, principalmente rubéola e toxoplasmose, podem diminuir significativamente o número de crianças acometidas.