A nova vacina contra a dengue deverá começar a ser disponibilizada para consumidores, com idade de 4 a 60 anos, a partir do dia 1º de julho. “O imunizante poderá ser encontrado em clínicas particulares”, explica a especialista Dra. Monica Forrester, gerente Científica de Vacinas da Amo Vacinas.
A vacina, Qdenga, da empresa Takeda Pharma Ltda., foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março. E, de acordo com o órgão regulador, a dose confere ampla proteção contra a dengue. “A vacina protege contra os quatro sorotipos diferentes do vírus causador da dengue. Está disponível para administração via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações”, informa a Dra. Monica.
Alerta
A dengue é uma doença infecciosa, transmitida aos humanos pela fêmea do mosquito Aedes Aegypti. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2022, foram notificados 1.450.270 casos prováveis de dengue, uma taxa de incidência de 679,9 casos por 100 mil habitantes. Este número é mais do que o dobro de casos registrados em 2021, quando foram contabilizados mais de 544 mil casos, o que representa um aumento de 162,5%. Além disso, em 2022 também foram reportados 1.016 óbitos por dengue.
Sintomas da dengue
De acordo com a Dra. Monica, a dengue pode ser assintomática ou pode evoluir até quadros mais graves, como hemorragia e choque. Sua forma leve causa febre alta e sintomas semelhantes aos da gripe. No entanto, na forma grave, a doença, mais conhecida como dengue hemorrágica, pode causar sangramento grave, queda repentina da pressão arterial e morte.
Na chamada dengue clássica, os sintomas são febre alta (39° a 40°C), dor de cabeça ou nos olhos, cansaço, dores musculares e ósseas, falta de apetite, náuseas, tonteiras, vômitos e erupções na pele (manchinhas vermelhas). A doença tem duração de cinco a sete dias, podendo perdurar por no máximo 10 dias, mas dependendo da gravidade o período de convalescença pode prolongar-se por várias semanas.
Já em casos da dengue hemorrágica, os sintomas iniciais são semelhantes, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório. Nos casos graves, o choque geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença, geralmente precedido por do abdominal. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.
Prevenção
Uma das formas de prevenir a doença é conscientizar a população sobre a importância da vacinação. “A vacina Qdenga, indicada a todos que tiverem entre 4 e 60 anos, é uma excelente forma de prevenir o contágio, e pode ser encontrada na Amo Vacinas ”, pontua Dra. Monica.
Tratamento da doença
É importante ressaltar que não existe tratamento específico para dengue ou dengue grave. No entanto, o tratamento é realizado a base de analgésicos e antitérmicos e pode ser feito na casa do paciente, com orientação para retorno ao serviço de saúde. Indica-se hidratação oral com aumento da ingestão de água, sucos, chás, soros caseiros etc. Não devem ser usados medicamentos com ou derivados do ácido acetilsalicílico (AAS) e anti-inflamatórios derivados (como a dipirona), por aumentar o risco de hemorragias. No que se refere à dengue hemorrágica, o tratamento é realizado a partir de internação hospitalar do paciente.
