A importância da fisioterapia pélvica no pós-parto
Se você está grávida e não tem familiaridade com os termos “períneo” ou “assoalho pélvico”, é bom começar a se interessar pelo assunto. Trata-se da musculatura localizada bem próxima à área vaginal, que sustenta os órgãos pélvicos (o útero, a bexiga, uretra, ovários, tubas e intestino) e que sofre bastante impacto com a gestação e o parto, não se restaurando completamente. Segundo a fisioterapeuta especialista em reabilitação pélvica Dra. Cláudia Guimarães, isso pode provocar problemas, como a incontinência urinária e relaxamento muscular.Diante dessas consequências, torna-se importante que a mulher seja acompanhada por um fisioterapeuta especialista nessa área, no período de pós-parto, pois este profissional está capacitado a tratar a incontinência urinária, as dores e as demais alterações pélvicas ocorridas durante a gestação e o parto. “A reabilitação pélvica é importante para fortalecer os músculos do assoalho pélvico, prevenindo e tratando as prováveis incontinências e os prolapsos vaginais (queda da bexiga e útero), normalizando o canal vaginal, para melhor satisfação sexual”, ressalta. Ela explica que o tratamento é realizado de forma individualizada e personalizada, avaliando-se a necessidade de utilização dos seguintes recursos:Biofeedback: é realizada colocando-se eletrodos sobre a pele que recobre o músculo a ser trabalhado, ou por sonda intravaginal. Eles captam e transmitem ao computador um sinal eletromiográfico, que corresponde à resposta do músculo contraído. Este sinal é transformado em linhas luminosas, com variedade de cores na tela do computador, permitindo ao paciente visualizar a contração ou relaxamento do grupo muscular trabalhado e o quanto esse alcance está próximo à meta estabelecida pelo fisioterapeuta.Eletroestimulação: é realizada introduzindo-se na vagina um eletrodo que se assemelha a um absorvente interno. O eletrodo é ligado a uma fonte geradora de impulsos elétricos, que promovem a contração da musculatura. É importante salientar que o tratamento é indolor e não apresenta efeitos indesejáveis.Cinesioterapia dos músculos pélvicos: compreende exercícios que trabalham a musculatura perineal, para o tratamento da hipotonia do assoalho pélvico. É feita com o auxílio de instrumentos, como a bola suíça ou os cones vaginais. Não possui contraindicação, podendo ser realizada ainda na gestação. Dependendo do caso, pode ser aplicada sozinha ou em conjunto com técnicas de eletroestimulação e biofeedback.